(Sula leucogaster) Atobá-marrom (Branco, 2004)


O atobá-marrom nidificou durante todo o ano nas Ilhas Moleques do Sul, limite austral de ocorrência de colônias de reprodução, sendo que a maioria dos ninhos com ovos foi observada em agosto, e entre junho a fevereiro nas Ilhas Tamboretes.
Os ninhos são construídos no solo, sendo freqüente a inclusão de penas, gravetos secos, ossos de outras aves e, ainda, ramos de vegetação próxima com folhas verdes, em ninhos cuja incubação está em andamento.

Durante esse período e nas fases iniciais dos filhotes, os adultos responderam com agressividade às incursões de indivíduos da sua espécie, de outras aves ou de pesquisadores no seu território.

O Tamanho da colônia oscilou entre 265 casais que nidificaram nas Ilhas Moleques do Sul e 65 em Tamboretes.

Os ninhos com um ovo corresponderam entre 54,1 a 68,4% do esforço reprodutivo nas áreas amostradas, com dois ovos entre 45,6 a 31,6% e, com três, apenas 0,3%. O número médio de ovos por ninho de atobá variou entre 1,52 ± 0,49 (Tamboretes) a 1,57 ± 0,49 (Moleques do Sul).

Em geral, S. leucogaster investiu em uma postura com um, dois e raramente com três ovos, mas criou apenas um filhote. Esse fato, tem suscitado uma interessante discussão entre os pesquisadores.

Para autores como TERSHY et al. (2000), NELSON (1980) e DOWARD (1962), o segundo funciona como "ovo de segurança". Caso o primeiro ovo ou filhote não se desenvolva, o processo reprodutivo terá continuidade.

O primeiro ovo é posto, em média, com cinco dias de diferença do segundo (DOWARD 1962). Esse assincronismo no atobá-marrom induz ao fraticídio, gerado pela condição hierárquica entre os irmãos (TERSHY et al. 2000).


 

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